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Foto e Montagem por Jaqueline Sgaraboto |
Olá pessoal!
A convite do blog A vila Paranapiacaba os agentes culturais Paulo Vitor e Paulo Tacio, da prefeitura de Santo André, nos concederam uma entrevista contando muitos detalhes sobre a vila e sua história que nem todos conhecem.
Abaixo você também pode conferir a entrevista por escrito:
Entrevistados: Paulo Vitor e Paulo Tacio - Agentes culturais da prefeitura de Santo André – Paranapiacaba
Paulo Vitor: A vila foi construída para servir de moradia para os trabalhadores da ferrovia, que ligava são Paulo a santos (Jundiaí ao porto de santos), como um ponto importante para o escoamento do café para o porto, para que pudesse ser importado. Então nós temos nesse período de 1867 até 1897 uma segunda parte da construção (parte da vila nova), então a construção dela vai ser totalmente planejada, ruas mais largas, casas seguindo tipologia e os trabalhadores vão se alocar dentro dessas casas dependendo da função deles dentro da ferrovia e não pelo tamanho da família.
Até 1946 a vila pertence a São Paulo railway, e depois ela passa a ser ferrovia federal com uma nova forma de administração. Em 2002 ela é comprada por Santo André onde ela passa a ser patrimônio histórico e se começa a trabalhar com o turismo. Hoje existem moradores que ainda tem parentesco com os antigos ferroviários, mas também existem novos moradores.
Paulo Tacio: A formação política da vila, além da presença da prefeitura de Santo André existe várias instituições. Uma delas é o condephaat, já que a vila se tornou patrimônio do estado em 1987 e em 2002 ela se transforma em patrimônio nível nacional e em 2007 a prefeitura de Santo André pelo instituto dela que cuida da questão de patrimônio torna a vila um patrimônio do município. A parte baixa ela pertence a santo André, o miolo da vila que vemos quando passamos pela passarela quem toma conta é uma das empresas privadas que é a associação brasileira de preservação ferroviária (responsável pelo museu funicular) , porque a rede ferroviária federal foi privatizada em 1998 e ai que passa a fazer o escoamento dos produtos também a MRS que também passa por esse “miolo”.
Já na parte baixa os moradores são proprietários da casa, e na parte baixa as casas são alugadas. A partir disso também tem uma questão interessante que gera uma série de conflitos.
A vila como foi citada anteriormente sobre essa questão mais recente tem tentado trabalhar o turismo, um dos festivais mais emblemáticos aqui é o festival de inverno, que tem um publico muito grande, em um final de semana chega a reunir 15mil pessoas, segundo estatísticas. E temos outros diversos eventos ao decorrer do ano, alguns são os próprios moradores quem organizam, outros a prefeitura e também algumas instituições privadas.
Paulo Vitor: A vila pode ser dividida em três blocos: A parte alta, a parte baixa velha e a parte baixa nova. A parte alta começa a ser povoada junto com a parte antiga e a parte nova começa a ser povoada em 1897 e é uma área totalmente panejada.
Hoje na vida a partir do momento que começa a se criar uma nova configuração, que Santo André compra a vila começa a se trabalhar com os eventos, que além do festival de inverno temos também a feira literária que em 2015 será a segunda edição em setembro, o carnaval que é um evento importante para os moradores, é um carnaval tradicional da vila, então sempre buscamos trabalhar nessa festa com a memória do morador, procuramos algo de tradição como as marchinhas de carnaval. Também é muito importante para a vila o Cambuci, então se encontra desde pinga de Cambuci até geleia de Cambuci.
Paulo Tacio: Na parte alta de pontos interessantes temos o cemitério e a igreja, já na parte baixa temos o museu castelo, a casa da memória, o centro de documentação arquitetônica, o campo de futebol. Mas também relacionado a patrimônio material também tem os lugares que os moradores se identificam, então tem vários pontos afinal a vila é um museu a ceu aberto.
Paulo Vitor: Só o fato de você conversar com os moradores e descobrir histórias antigas da vila já é algo que te atrai, algo mágico para quem vem para paranapiacaba, algo extremamente interessante. Então temos o patrimônio material e também o imaterial que é muito importante para se manter a história da vila.
Um agradecimento especial aos agentes que foram tão atenciosos e prestativos conosco. E também a todos os envolvidos para que essa entrevista fosse possível.
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